sábado, 18 de dezembro de 2010

Qual a idade que mais lhe interessa?

Recebi um e-mail que me chamou muito a atenção, foi um desabafo da escritora Lya Luft, chamado a idade e a mudança. Ela nos conta que certa vez estava fazendo uma palestra quando foi abordada por uma pessoa que perguntou sua idade e ao revelar causou espanto de norte a sul no auditório. Diante de tamanha proeza ela começa a indagar alguns valores que constituem e rotulam o meio social em que vivemos e nos faz refletir porque vivemos em busca da eterna juventude, não aceitando as mudanças quando elas também são saudáveis. Certa vez ouvi Gilberto Gil dizer que envelhecer é somar sua sabedoria, e eu meio que adotei isso para mim, porque inexoravelmente os anos se passam e com eles nossas opiniões devem mudar, não devemos permanecer estáticos, imóveis, condenados a um referencial caquético de idéias morais (ou imorais, eu diria). A natureza humana diferente do que andam dizendo, depende sim de nossa vontade, somente nós temos o poder de tomar as rédeas de nossas vidas e opinar no que é “certo” e “errado”, o que acontece, é que tornou-se mais cômodo formar opinião pelos ângulos convencionalistas, por exemplo nos relacionamentos conjugais, geralmente as pessoas posicionam-se contra quando a diferença de idade é notória, sem analisar os sentimentos do casal e passam a opinar munidos de valores de mil novecentos e não me aborreça, querendo não ver que o amor é quem sustenta um relacionamento e não as uniões conjugais convencionais. Mas o sentimento é algo tão fútil hoje, é tão banal que passa despercebido na maioria dos casos. A escritora nos adverte que a fonte da eterna juventude é a mudança, diz que quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora e que vai morrer jovem aos 120 anos. É claro que toda mudança cobra um preço, aliás, chega um dia em que você percebe que tudo na vida tem um preço, e às vezes é um preço alto, mas temos que pagar se quisermos conquistar algo novo, substituir algo que nos incomode. O medo e a incerteza de não fazer as escolhas certas é que geralmente nos prende à um referencial arcaico, mas quem de mais de 2000 anos pode nos dizer o que é certo ou errado?. As mudanças fazem milagres em nossas vidas, acho que está na hora de nos libertarmos um pouco e fitar o céu, ele é grande demais para pensar que é só nosso.

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