sábado, 29 de junho de 2013

Feliz Aniversário Rony

Receba deste amigo e do blog, as felicitações e votos de saúde, amor e paz. Vida longa... Deus te abençoe grandemente e ilumine seus caminhos. Aquele abraço!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Discurso de Colação de Grau


FOTO: Wagna Cavalcante

Magnífico Reitor Milton Marques de Medeiros.
Diretor em exercício do Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia, Professor Dr. Gilton Sampaio de Sousa.
Demais autoridades que compõem a mesa nesta noite de Auferição de Grau.
Formandos 2012.2.
Boa noite!

            A história da humanidade é feita de sonhos; seu tratado nos mostra que o homem sonhou, buscou e ousou para realizá-los e realizar-se. Poderíamos, então, dizer que sem sonhos não existiriam realizações, ou mesmo realidade. Partindo deste princípio, estamos aqui hoje para materializar o sonho que idealizamos quando fomos admitidos para a esfera acadêmica, ideal alimentado por tantos, e alcançado por tão poucos. Assim, fazemos eco à canção que ganhou vida na voz da cantora Maria Bethânia, “Sonho Impossível”, porque se não fosse impossível não valeria a pena sonhar. E assim nos diz:

Sonho Impossível (Maria Bethânia)
Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

            A Bíblia Sagrada, com certeza o livro mais apreciado pelo homem, revela, na sua infinita sabedoria em Eclesiastes (3-1), que “Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa”. Pensando nisso, rejubilam-se nossos corações com o tempo cumprido e por nós determinado, para colher os frutos plantados. Essa colheita é resultado de um trabalho coletivo, em parceria com nossos amigos e família, especialmente nossos pais, ora com olhos aguados, que impreterivelmente celebram conosco a noite de hoje, advinda das mais realidades plurais. Que nossos sonhos se decantem com Byafra na canção Sonho de Ícaro, e possam...

Sonho de Ícaro (Byafra)
Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão...

Mestres? Mestre não é aquele que ostenta o título por formação, mas aquele que o conhecimento traduz e transforma por devoção. Assim, dirigimos, ao corpo docente desta instituição, nosso olhar agradecido pelo muito que somos hoje, e sonhamos ser mais. Certamente por isso, há uma voz que diga com melhor efeito aquilo que queremos dizer a você, professor.

Sonhos (Peninha)
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...

Aos amigos, colegas de história e fazedores de conhecimento resta-nos a grata satisfação de ao nosso ofício dizer junto a Joaquim Osório Duque Estrada, que “Um filho teu não foge à luta”. Respaldamo-nos na saudade que alimentaremos sempre que a mente, ao encontro do coração, recordar cada instante de luta vivido e, por isso mesmo vitorioso.
Afora o posto, e por isso necessário, esta fala vai ao encontro do pensamento concretizado por Barbosa Júnior em seu livro Walquiria, ao enunciar que a imaginação, diferente da realidade, não tem limites, tornando-se mágica e motivadora das nossas ideais. Ideias que se renovam hoje, em busca do crescimento humano e profissional que nos espera. Cientes de estarmos dando um passo simbólico e decisivo em nossas carreiras, tornamos público e verdadeiro nossos agradecimentos, com homenagens a todos que fazem parte deste sonho, agora real.
Muito obrigada!

Discurso proferido pela formanda Marilia Clécia Pinheiro (FOTO) 



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Chegada a hora, quero agradecer e abraçar...



Quando eu vim do sertão seu moço no meu bodocó, a maleta era um saco e o cadeado era um nó. Só trazia coragem e a cara, viajando num pau-de-arara. Eu penei, mas aqui cheguei (Luiz Gonzaga).




Penei?
Penei!
Mas aqui cheguei!

            E por isso faço da minha doxologia a Deus, um verso infinito, um verso onde eu possa alimentar minha fé em detrimento das tantas dúvidas que tive e tenho em meu caminho. Mas onde a certeza da divina presença do arquiteto do universo seja mais forte porque mesmo sem vê-lo, posso senti-lo em cada instante que inspiro e respiro, vivo... E vivo para agradecer e abraçar a todos que fazem parte dessa história:
Agradecer aos meus pais, Fernando Filgueira e Maria Antonia por terem me trazido à vida na Terra para hoje cantar com Caetano Veloso “a voz do meu pai, voz de muitas águas” porque “minha mãe me deu ao mundo de maneira singular, me dizendo uma sentença, pra eu sempre pedir licença, mas nunca deixar de entrar”.
 Zênia Regina, hora irmã, hora mãe, mas sempre num sentimento sólido, particular e intransferível que norteia meus passos onde quer que eu vá.
Para além desses três nomes, sou grato a minha família inteira, se perto, se longe, sempre presente, porque foi através dela que entendi como se estrutura a menor e mais importante organização social que nos compete.
Agradecer a Gilton Sampaio de Souza, meu orientador porque fez do meu desejo um sonho real. Porque foi você quem primeiro me deu a mão na Academia me mostrando que tudo era possível dentro das possibilidades. Porque ainda que com seu tempo limitado e agenda comprometida não me abandonou. Confiou e apostou na ideia desse trabalho. Sobretudo me mostrou pelo exemplo o que é preciso para seguir.
 Leidiana que gentilmente aceitou co-orientar este trabalho adentrando nesse universo infinito e particular de mim mesmo. Sou grato pela condescendência e mansuetude com que conduz este aprendiz.
 Ciclene Alves, professora de Educação que tão gentilmente se dispôs a participar deste trabalho. Obrigado por seu profissionalismo e amizade que em muito me apraz.

            Agradecer aos professores que lapidaram meu conhecimento com dedicação e paciência, por me revelarem a arte do meu ofício na grandeza de uma sala de aula:

Verás que um filho teu não foge a luta
(Hino Nacional Brasileiro)

Nilson Roberto, pessoa simples de aporte humilde que me apresentou os fundamentos da Língua Inglesa com paciência e confiança, porque você apostou em mim e transformou-se num amigo que levarei vida afora.
Genário, quem me apresentou Ferdinand Saussure e a Linguística que me acompanha até hoje. Ainda lembro o dia em que me disse “Fernando, um dia eu quero ter filhos tão inteligentes quanto você”.
Lucineide, quem com Teoria da Literatura me deu espaço para recitar, prática uníssona que até então era limitada ao sofá da minha, ou da casa de Carlos Magno (in memória).
Vera Lúcia, quem me trouxe as bases do Português Instrumental nos dois cursos de graduação que enfrentei.
Evaldo, com seu jeito manso e humilde de coração, bem aventurado naquilo que faz me ensinou o que era ABNT quando eu ainda entregava trabalhos grafados cursivamente, doravante, apresentou-me as delícias da Literatura Inglesa.
Ivoneide Aires, minha professora de inglês no ensino médio... Que feliz reencontro a vida nos deu quando você bateu as portas do segundo período de faculdade com Linguística II. Amiga que preservo até hoje, vez em quando nos encontramos.
Ivanaldo Santos, quem me mostrou as bases da Filosofia da Linguagem.
Sebastião, que veio somar o time dos amantes da Literatura.
Rosangela Bernardino, professora porque sabe ser, voz mansa, tranquila... Um celeiro de conhecimento e humildade. Foi você quem despertou em mim o desejo de trabalhar com canções em Sociolinguística.
Marcos Nonato, professor de postura exemplar, sempre muito atencioso e dedicado me mostrou os primeiros passos da metodologia do ensino. O concebo como um exemplo.
Marcos Antonio, um amigo de longa data que o destino fez meu mestre. Com você eu aprendi mais que Inglês e Fonética. Aprendi a conviver com a diferença esmerando minhas mais brutas formas de tolerância e respeito. Por isso o seu papel em minha formação é mais importante do que você imagina.

           Aparecida Cosa (Cida – Cida Minas), porque em você encontrei tudo que eu sempre quis para o meu ofício. Com exceção do leque e da saia (que lhe caem muito bem) quero ser exatamente igual a você. Jamais esquecerei as aulas de Luso Brasileira.
Marcos Luz, meu professor de inglês na faculdade e na FISK. A você devo algumas rugas na testa pelas vezes que a franzi por não entender sua dicção quase nativa.
Elisa, as noções de discurso que hoje fazem parte do meu trabalho, me foram apresentadas por você quando seguindo aquele conselho da professora Medianeira Souza (a quem sou grato) adiantei Análise do Discurso numa turma de Espanhol. E você jurava que era para alimentar meu desejo de ser seu aluno antes de se afastar para o doutorado. Quem sabe...
Walison posso dizer que você é o cara? Professor nota 10. Hoje tenho certeza que tinha que ter pago Estágio com você, aliás, sempre tive. Uma disciplina dessa natureza não pode nem deve ser ministrada por alguém menos que você.
Charles, você é uma lenda viva! Uma sumidade! Sou fã da maneira como você conduz uma aula, da sutileza e elegância com a qual me mostrou aquilo que eu não era capaz de identificar sozinho na Literatura Inglesa e Norte Americana.
Gilson e Eliedson, porque antes de conhecê-los eu não acreditava ser possível me comunicar formalmente senão através da palavra. Me ensinaram Libras, a língua dos sinais.
Jailson José, sempre vou te reverenciar na sala de aula e fora dela, porque você é professor e mais que isso, um exemplo a ser seguido por quem aprecia gente fina, elegante e sincera.
Fátima Carvalho, a curiosidade não matou o gato, mas quase me mata caso eu não tivesse sido seu aluno. Lembra daquele bilhete que te dei? Você ainda o tem? Tenho certeza que nada que eu disser aqui supera seu conteúdo. Acho até nele há mais garbo. Afinal é escrito à mão.
Wellington Medeiros, porque nos identificamos desde o primeiro dia. Professor indo e vindo, amigo e apreciador das boas artes. Um ponto de referência, sem dúvida nenhuma.
Vilian, talvez você seja a pessoa mais difícil para eu falar. Mas não posso deixar ocultada a admiração que lhe devoto como professor, você dá aula porque sabe (e gosta).
Elielson, que junto aos demais professores de inglês me causou pânico, terror e aflição, mas que ao final deu tudo certo.
Rosa Leite, por me descortinar a Argumentação em forma de disciplina, por ter sido co-orientadora do meu primeiro projeto de pesquisa.
Deyse Karla porque quando eu nem sabia o que era Didática, me ensinaste da forma mais dinâmica possível e naquele tempo já profetizava mudanças em minha vida.

            Lívia Sonalle e seu Estruturalismo, disciplina burocrática, mas tornou-se leve em seu domínio... Obrigado.
Ao CNPq que financiou minha bolsa de pesquisa PIBIC por um ano, tornando-me através desta um pesquisador.

Desde criança escuto as “tias” dizerem que a Escola é nossa segunda casa, nossa segunda família. Afinal, é lá que passamos a maior parte do nosso tempo e aprendemos a (con) viver com os colegas. Alguns se tornam AMIGOS e é imprescindível a boa convivência no contexto de uma sala de aula. Por isso, quero agradecer e apresentar os meus companheiros de trabalho que há quatro anos dividem “o palco” comigo: Kaliene, Rainieide, Ana Gerusia, Jucilene, Junior, Erlane, Ronaldo, Caroline, Rafael, César, Tarlison, Natanael, Rômullo, Fernanda, Marta, Alis, Bruno, Silva Jr, Gidenaldo, Alcione, Hélinton, Geovânia, Edilásia e Tatiana.
Não poderia deixar de agradecer aos amigos da turma de Português também: Andréa, Grazi, Maria Neta, Gracinha, Claudinha, Netanias, Ozilandia e Auricélia nossa CH foi um pouco resumida, mas nosso convívio não se limitou a fronteira das habilitações.
No convívio acadêmico também granjeei alguns amigos fora da sala de aula. Quero externar minha gratidão a Marta, secretária do Curso Letras, pelas vezes que me socorreu; Fátima Diógenes, que mesmo não secretariando meu departamento sempre me recebeu muito bem; as professoras Edileusa Costa, Rosangela Vidal e Socorro Maia embora nunca tenhamos dividido a sala, sinto-me feliz pela cordialidade do “vez em quando”; Dona Toinha, Verônica (Vevé) e Salete pelo café de cada noite e alegria de servir; Risonete, Neila e Giuliana pela receptividade nas visitas feitas a Biblioteca do CAMEAM.
 Gerlania, secretária da direção, um amor de pessoa. Obrigado pelas vezes que me abraçou com sinceridade transmitindo força em qualquer circunstancia (acadêmica ou pessoal), sempre teve tempo para me ouvir.
 Cristiane (Cris) lhe sou grato também! Amiga de infância de alguns meses, fiel escudeira que incansavelmente me ajudou nesse processo, sempre presente, porque você é a pessoa que sinto saudade antes mesmo de me despedir.
 Carlos Rodrigo porque sempre confiou em minha capacidade e apostou nela. Por estar presente mesmo quando ausente, por sua disponibilidade e cavalheirismo sempre postos à minha mesa desanuviando minhas preocupações.
Acredito que um estudante do curso de Letras que não goste de ler, é no mínimo incoerente com seu ofício. E eu não gostava muito de ler. Mas alguém antes mesmo de eu ingressar no curso, quando ainda estudava Geografia pela UERN (curso não concluído) me despertou esse desejo através da literatura fantástica de Harry Potter, cuja alcunha ainda hoje me persegue (principalmente na Academia) essa pessoa se chama Edleusa Lima, minha primeira coordenadora pedagógica, autora de minha biografia (blog ‘da vida os fatos’), das orelhas do meu livro “Walquiria” entre outras parcerias. Pessoa sempre presente em tudo que faço, ou apenas idealizo. Obrigado por sua amizade sincera e desinteressada. Tenho muito que lhe falar, mas como diria Roberto Carlos, com palavras não sei dizer.

            Sou grato as Escolas Estaduais “Dr José Fernandes de Melo” e “Teófilo Rêgo” que me acolheram nos estágios de supervisão. Entendendo esses agradecimentos a todos os meus ex alunos que muito contribuíram para o profissional que hoje se lança.
Agradeço a Thelma Cristina, minha primeira professora de inglês, hoje mais que isso, amiga e irmã de lida religiosa. Obrigado pela semente lançada e pelos muitos livros que presenteou, me são de grande valia.

          Marília Cléssia, pelas vezes que mesmo esgotada subiu as escadas aqui de casa para me socorrer nos trabalhos de faculdade, sempre com um sorriso largo. Sou-lhe grato pelo zelo e dedicação aos meus escritos.
          Ana Célia pela compreensão durante todo esse processo de escrita e principalmente pelo incentivo e boas vibrações para que este trabalho se tornasse vitorioso.
Lili e Francimário, pela pontualidade com meu material desde os tempos em que eu cursava Geografia e pela simpatia que me conquistou e fez de mim vosso cliente.
Dra Ana Beatriz, mente brilhante que muito me ajuda a (re) conhecer as múltiplas e heterogêneas faces da mente humana identificando os desafios de (con) viver com elas. Obrigado pelo exemplar autografado de “Mentes Perigosas”. Seu livro consta nas referências bibliográficas deste importante trabalho.
Por fim, porém não menos importante, agradeço a Elba Maria Nunes Ramalho, minha Flor da Paraíba. É difícil agradecer a Elba. Primeiro porque sou fã (de longa data) e depois por não saber ainda quando e como, mas pretendo fazer com que este trabalho chegue às suas mãos. Sou-lhe grato por decantar com verdade e emoção meus sentimentos, sobretudo a nossa terra, a nossa gente. O nosso lugar, onde tudo começa. Não fosse sua voz, esse trabalho jamais existiria.

A todos vocês, me despeço como fui recebido.
Aquele abraço!
Júnior

terça-feira, 18 de junho de 2013

Homenagem a Carlos Magno

Com muita honra fui hoje representar o grande mestre, amigo e irmão Carlos Magno (in memória) e recebi da turma dos formandos em Letras - Língua Portuguesa esta simbólica comenda que em breve enviarei para nossa mãe Diá.

Dona do dom que Deus lhe deu

Feliz por mais um aniversário de Bethânia. Vida longa a Abelha Rainha... Saravá!

Sobre o Trânsito de Pau dos Ferros



Acreditar no poder público é, antes demais nada, acreditar que o poder público constituído existe tão somente para promover a melhoria de vida do povo, legitimo detentor do poder. E crendo firmemente nisso, calcado numa formação democrática, expus ontem, véspera de um protesto, um desabafo de duas linhas em minha página pessoal (facebook) a minha insatisfação com o trânsito caótico de Pau dos Ferros, cidade onde trafego diariamente, pedindo ao senhor prefeito municipal que consertasse o semáforo que sinaliza a entrada da rodoviária no sentido leste-oeste da Av. Independência. Avenida esta, que não somente precisa ter a sinalização devidamente ajustada, mas também faltam lombadas e afins para sua melhoria e/ou redução de acidentes, alguns com vítimas fatais. Não delegando ao Departamento de Trânsito, no alto de minha ignorância legislativa, recebi algumas críticas. Tais como me mandando cobrar ao órgão competente por isso. 

Das mais ortodoxas, recebi no espaço conhecido por Bate Papo no facebook, um também desabafo de uma colega, sinalizando cuidado aos meus escritos e ao mesmo tempo me advertindo da minha falta de elegância ao “colocar indiretas no face”. Contudo, as regras da Língua Portuguesa me permitem compreender que numa oração com Sujeiro + Verbo + Predicado, não se trate de uma indireta, e sim de uma direta. O comportamento da colega não me surpreende nem tampouco choca ou chateia. Ao contrário, compreendo perfeitamente sua postura. É de nossa cultura transferir valores, principalmente os afetivos, daquilo ou daqueles que gostamos para nós. Um exemplo mais claro desse escambo seria eu me ofender de alguém que me falasse mal, por exemplo, da cantora Maria Bethânia – entidade vocal pela qual esmero devoção, capitaneado a ofensa para o lado pessoal e esquecendo ser possível respeitar a diferença, ou mesmo a desqualificação de um livro que eu aprecio e por ai vai... Na política, nos comportamos exatamente igual. Se eu bater no seu candidato, dói mais em você do que nele. Essa transferência torna-se quase uma simbiose a mercê do grau de afetividade e mecanismos de defesa com os quais você (ou eu) nos utilizamos para defender o que apreciamos e porquanto sentimo-nos parte.

Mas antes de tomar as dores daquilo que não nos diz respeito, deveríamos ter cuidado com os nossos enunciados, afinal, volto a dizer “a palavra escrita é a maior expressão da natureza de seu autor” e assim, defendo-me, a despeito do meu pecado (cobrar ao senhor prefeito o que não é de sua responsabilidade) através do sentimento coletivo que motivou vários estudantes hoje a irem as ruas hoje protestar melhorias no trânsito de Pau dos Ferros, e defendo-me mais ainda pelo empirismo que nos faz crer na possibilidade de recorrer ao senhor prefeito municipal – representante máximo do poder público de nossa cidade, um olhar compromissado e engajado em tudo que diga respeito à municipalização da cidade. Inclusive o trânsito! Pois foi nele que votamos, que depositamos essa confiança. E é em seu espírito de liderança e consciência política que respaldamos a nossa insatisfação com o tráfego caótico da cidade de Pau dos Ferros. Não sendo dele a responsabilidade da situação, seja ao menos, por dignidade e respeito ao povo que lhe deu poder solidificar a voz da população, para que alguma providência seja tomada em caráter de urgência, especialmente no trecho onde situam-se nossas instituições de Ensino Superior: UERN e IFRN, palco de vários acidentes nos últimos dias. Não estamos pedindo o absurdo, mas cobrando o que por nosso é de direito. 

Nossa cidade cresceu muito nos últimos anos, é certo, mas ainda há muito que se desenvolver para que ela assuma seu caráter de cidade polo do Alto-Oeste Potiguar, para onde convergem trinta e seis municípios de três estados diferentes. E não é transferindo responsabilidades que encontraremos uma solução, mas lutando juntos. E se alguém, não convencido da gravidade do problema, ainda acha que isso é intriga da oposição, eu só peço que reflitamos juntos sobre a necessidade em ainda ser preciso pintar a cara e ir gritar nas ruas. Nesse escaninho me pergunto se somos palhaços e paro por aqui.