terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sobre "Além do brilho da estrela"


PALAVRAS DO AUTOR

Além do brilho da estrela é uma grande viagem. Grande por nos conduzir ao Egito – das civilizações antigas estudadas é a que mais aprecio desde sempre. E maior ainda por nos convidar a conhecer e entender os conflitos existencialistas do professor Alcântara Machado, o que em tese, a torna uma novela psicológica. Acredito que exercitar essa jornada, duplamente identificada, torna a leitura desta narrativa tensa, assim como foi tensa sua escrita. Foram meses de pesquisa, de resgate memorial, de formação de personagens complicados do ponto de vista simétrico; mas acredito também que valeu a pena, porque suas formações são dadas para se contornarem imageticamente na compreensão do leitor. Não tenho muita clareza, e, certamente por isso, não posso garantir que será bem compreendida. Afinal, o dito pelo não dito – me permitam a comparação pragmática – vale o que está escrito.
Essa é uma novela para quem gosta de viver, de viver intensamente, às vezes nos extremos: nas periferias e bangalôs dos mais nobres sentimentos que habitam a emoção e a razão do homem de todos os tempos. A ambientação egípcia, conforme exposta, é a materialização gráfica de um prazer pessoal. Acredito que conduzindo a trama entre lá e cá, podemos enriquecer o enredo de forma cultural e estética. São outros espaços, outras culturas e as mesmas histórias. Sobretudo quando considero como ponto de partida desta narrativa, uma cronologia desde antes de Cristo até a contemporaneidade costurada por misticismos e conflitos, não lineares, que ornamentam as personagens e suas histórias transversalmente paralelas.
Parte do público que leu meu trabalho anterior cobrou outra novela, e me cobraram com uma pressa excessiva. Isso poderia ter me envaidecido, mas foi relendo Walquiria que encontrei outro caminho de escrita. Caminho que espero poder trilhar com vocês a partir de agora nas páginas desta novela. Acredito que isso faz parte do processo de criação, e como não escrevo em ritmo industrial, o tempo de escrita me foi favorável. Saudável, até.
Busco, portanto, revelar com essas novas histórias dentro de uma grande história, a união de universos heterogêneos porque assim é a nossa vida. Composta de heterogeneidades que vão matizando um sentido só: o de viver.

Fernando Filgueira Barbosa Júnior



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