terça-feira, 19 de abril de 2016

Eu vivo num tempo de guerra II

É tão fácil ser politizado quando não se tem de quem ou o quê discordar. Quando todos pensam igual a você e ficam apenas complementando e adornando suas concordâncias... Quando se tem um bom salário assegurado na conta bancária no final do mês... O princípio da antítese é sempre o mesmo, e é bíblico:

Perdoar os nossos devedores como vos pedimos também perdão.

Amar os amigos não constitui desafio, constitui virtude! Respeitar os correligionários é também muito prazeroso e não lhe custa nada senão um ego amaciado. O que está em jogo é a falta de respeito com os que pensam diferente. Parece que a única saída é a agressão! A intriga! A intolerância! E nessa, a “consciência política” velada pelo “cheiro dos livros desesperados” revela-se cada vez mais frágil e inoperante. 

Basta que o seu candidato agrida o meu para que ele passe a lhe representar; basta que o meu agrida o seu para que me represente também e ostentemos, juntos, nas redes sociais que não somos mais nós, mas o outro. E assim, seguimos, conectados em um único canal de televisão – aquele que transmita o que queremos ouvir – e nada mais nos interessa. Até nos dispomos a acreditar que essa visão limitada se chama democracia porque ser contrariado é golpe!

ISSO CANSA!!!

Nem Jean Willys, nem Jair Bolsonaro, nenhum político me representa, não passei-lhes procuração para manchar minha identidade cuspindo na cara de ninguém ou fazendo apologia a ditadura em rede nacional.


Quero mais é permanecer com o pensamento de Fernando Pessoa em 1917, revelando-se cada dia mais atual, porque “a política é a degeneração gordurosa das organizações da incompetência. Sufoco-me de ter tudo isso a minha volta.”

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